Tuesday, February 28, 2006

Carnaval. A Festa da...



... Pouca Vergonha, do Sexo, do descaramento e da Pouca -Vergonha!!!... Ficai em casa amigos, por favor, resisti aos antros de podridão!!!

Monday, February 27, 2006

Inacreditável. Merece ser reeleito!



«Reconheço que, às vezes, ultrapasso os limites de velocidade, mas isso é porque sou um deputado que cumpre horários»
http://www.portugaldiario.iol.pt/indexnoticias3.php?div_id=300

frase é de Ricardo Almeida, deputado do PSD, que foi apanhado a 200 quilómetros por hora e já foi autuado quase duas dezenas de vezes.
(A foto é proveniente do site do parlamento, foi o único Ricardo Almeida que o Isento encontrou)

Thursday, February 23, 2006

Entrevista 2: A história de Delgado



1958: ano de eleições presidenciais. O General Humberto Delgado apresenta a sua candidatura. Numa conferência promete demitir Salazar caso seja eleito. "Obviamente, demito-o" é até hoje recordado e apresentado quase como "slogan" de campanha.O candidato do regime foi o almirante Américo Tomás, que acabaria por "ganhar" as eleições.Humberto Delgado após a "derrota" eleitoral acaba por sair do país. Fixa-se no Brasil. Anos mais tarde é atraido a Portugal. Acaba por ser morto em terras espanholas. A PIDE aparece como culpada. Vejamos o que sobre tudo isto (e sobre outros acontecimentos) diz o ex-inspector Óscar Cardoso.

Bruno Oliveira Santos: Que memórias guarda das eleições de 1958?

Óscar Cardoso: Lembro-me bem desse período eleitoral. Na altura eu era alferes e estava no Batalhão de Metralhadoras 1, na Calçada da Ajuda. Entrámos várias vezes de prevenção. É evidente que a nossa unidade estava pelo regime vigente, embora houvesse já alguns dissidentes. Não eram tempos fáceis. Sabia-se que o Humberto Delgado tinha sido fortemente influenciado pelos americanos, que estiveram sempre interessados em acabar com o nosso Ultramar, e na altura havia já uns prelúdios de problemas em África, começaram a aparecer umas seitas profético-salvânicas com algum fundo político.

B.O.S: Disse que o Delgado era fortemente influenciado pelos americanos. Ele era agente da CIA?

O.C.: É possível. Pode ter sido porque na verdade o Delgado modificou-se completamente depois de ter regressado dos Estados Unidos...


... onde desempenhou determinadas funções, e sobretudo depois de o Presidente do Conselho, dr. Oliveira Salazar, não o ter nomeado para um alto cargo, julgo que o de governador-geral de Angola. O Delgado chateou-se e resolveu passar para a oposição ao regime. Mas é curioso que, alguns dias antes das eleições, no Batalhão onde eu estava, me dirigi aos soldados, explicando-lhes o momento que se vivia, começando por dizer-lhes que o general Delgado tinha umas certas ideias, o almirante Américo Tomás é que era uma pessoa da nossa inteira confiança, e os soldados disseram-me: Meu alferes, a gente não sabe nada disso, nós vamos para onde nos mandar.
(...)

B.O.S: Num curto espaço de tempo, entre 1959 e 1960, Delgado fugiu para o Brasil, Henrique Galvão evadiu-se, Cunhal fugiu de Peniche. Parece que de um momento para o outro todas as figuras da oposição são enviadas para o estrangeiro para lutar contra o regime. Quem lhes abriu as portas? Foi a PIDE?

O.C: Eu penso que sim. Eu ainda não estava na PIDE e, por isso, não sei com que intenção se terá permitido a saída ou a fuga para o estrangeiro das figuras mais marcantes da oposição, saídas que de facto ocorreram todas mais ou menos na mesma altura. Lembro-me de, alguns anos depois, ter conversado sobre isso com antigos colegas da PIDE, nomeadamente o director Cunha Passo, que me confirmaram essa tese. Foi tudo preparado. Repare que o Álvaro Cunhal era um homem que ia de Mercedes fazer os exames de Direito, o seu processo na PIDE desapareceu sem deixar rasto. E olhe que era um documento importante. Mostrava, entre outras coisas, que o Cunhal não foi sempre o bravo lutador antifascista que todos julgavam que era...

B.O.S: Mas o insucesso na recaptura de Cunhal ditou o afastamento do director-geral da PIDE, capitão Neves Graça, que segundo alguns mantinha uma ligação com o grupo de Botelho Moniz, e a sua substituição pelo coronel Homero de Matos.

O.C: Não é muito provável que o capitão Neves Graça estivesse ligado ao grupo de Botelho Moniz, mas também não é de todo impossível. E, se calhar, terá sido mesmo essa ligação que ditou o seu afastamento, mais do que o insucesso na recaptura de Cunhal.

B.O.S: O golpe de Botelho Moniz é uma intentona que recebe, desde o início, o apoio inequívoco da CIA e onde estão também o então tenente-coronel Costa Gomes e o próprio Marcello Caetano...

O.C: Apesar de na altura ainda não ter ingressado na PIDE, lembro-me muito bem do golpe abortado do Botelho Moniz e do Costa Gomes. Desconheço sinceramente até que ponto o Marcello Caetano terá estado ligado à tentativa de golpe, mas a verdade é que a tese do seu envolvimento faz todo o sentido.

B.O.S: E é curioso que no assalto liderado por Varela Gomes ao quartel de Beja, na passagem do ano de 1961 para 1962, o Costa Gomes volta a estar presente...

O.C: O Costa Gomes esteve em todas. É curioso que, nos anos 50, o Costa Gomes foi meu professor de Matemática no Colégio de São João de Brito. Olhe, não havia tipo mais religioso do que ele. Aliás, o São João de Brito era um colégio de Jesuítas. Depois, foi meu comandante-chefe em Angola, e posso garantir-lhe que nunca tivemos um comandante-chefe que nos desse mais apoio do que ele na guerra que fazíamos no Ultramar. Foi, sem dúvida, o homem que mais apoiou a PIDE/DGS em Angola.

B.O.S: Já estava na PIDE aquando da morte de Delgado?

O.C: Ingressei na PIDE alguns meses depois da morte de Humberto Delgado. E, como é de bom tom nestas coisas, nunca fiz muitas perguntas sobre o caso. De resto, como deve imaginar, independentemente de sermos todos colegas, numa polícia de informação ou de investigação há necessariamente certos limites. Foi já depois da PIDE ter sido extinta, quando estávamos todos na prisão, que conversei com vários colegas e amigos sobre o caso Delgado. Conheci bem o Casimiro Monteiro, o homem que parece que o matou. Conheci-o na Índia, no final dos anos 50. Trabalhava na polícia. E depois do 25 de Abril, voltei a encontrá-lo na África do Sul.

B.O.S: O Casimiro Monteiro teve vários problemas na Índia, foi demitido da polícia após processo disciplinar...

O.C: Parece que sim. Mas já depois da queda da Índia Portuguesa, ele esteve envolvido com a resistência portuguesa naquele território. Fez um trabalho excepcional. Era um homem destemido, especialista em descobrir e desmontar minas e armadilhas. Há quem diga, contudo, que era ele quem punha ou mandava pôr as minas e depois ia lá descobri-las. Estou a falar-lhe com toda a franqueza. Mas era um homem destemido. Em inúmeras operações militares em África, sabe que arma ele utilizava? Uma catana de samurai! Entrava nos acampamentos dos turras, aos berros, com aquele corpo enorme, e resolvia as coisas à catanada. A vida dele dava um romance! Combateu na guerra civil espanhola e esteve na Rússia durante a II Guerra Mundial.

B.O.S: A fazer o quê, a combater na Frente Leste?

O.C: Sim, sim. Em Estalinegrado. E o Spínola também lá esteve. Não sei se como combatente ou como mero observador, mas também lá esteve.

B.O.S: Mas não é estranho que um homem que foi demitido da polícia na Índia, após instauração de processo disciplinar, tenha ingressado na PIDE pouco tempo antes do caso Delgado e imediatamente incorporado na brigada ad hoc que matou o general?

O.C: É de facto muito estranho e não consigo encontrar explicação para isso.

B.O.S: Quem prepara a brigada ad hoc é o Pereira de Carvalho...

O.C: É efectivamente o Pereira de Carvalho, mas a brigada não podia ter sido constituída sem o consentimento do Barbieri Cardoso.

B.O.S: O Pereira de Carvalho tinha um poder enorme, dirigia a Secção Central que era uma polícia dentro da polícia...

O.C: Era, mas uma polícia dentro de outra polícia também está subordinada a um director. Repare: o major Silva Pais era aquele director decorativo, simpático, porque o homem forte era efectivamente o Barbieri Cardoso, que fez quase toda a carreira na PIDE. O major Silva Pais, por quem eu tenho muita admiraçãoo, sobretudo depois de ter assistido à forma digna como se comportou na prisão, era uma figura política da PIDE; o Barbieri Cardoso é que era realmente um homem de carreira nos serviços de informação, espionagem e contra-espionagem. Mas é evidente que se a operação carecia do consentimento do Barbieri Cardoso, já a constituição da equipa pode ter sido da inteira responsabilidade do Pereira de Carvalho.

B.O.S: Bacorejava-se que o Pereira de Carvalho era um homem da CIA...

O.C: É muito provável. Olhe, gostei muito de trabalhar com o Pereira de Carvalho. Era um homem desempoeirado e dinâmico. A verdade é que, de um momento para o outro, ele passou a habitar uma bela casa e a conduzir bons carros. Talvez fosse mesmo um homem da CIA. Se é verdade, tenho muita pena. Mas sobre o caso do Delgado, é tudo muito nebuloso. A quem interessava a morte do Delgado? Só interessava ao grupo de Argel.

B.O.S: Aliás, poucos meses após o incidente, Henrique Galvão escreveu vários artigos no jornal brasileiro "Estado de São Paulo", responsabilizando o grupo de Argel pela morte de Delgado, com a conivência do Partido Comunista. E a composição da brigada dá que pensar: organizada pelo Pereira de Carvalho, possivelmente um homem da CIA, e constituída pelo Casimiro Monteiro, recém-chegado à PIDE e imediatamente incorporado na mais importante operação do ano, o Rosa Casaco...

O.C: Conheço todos os que participaram nessa operação. De facto, o Casimiro Monteiro tinha ingressado recentemente na PIDE, mas olhe que, pensando bem, numa operação desta natureza talvez conviesse mesmo integrar um homem que não conhecesse nada do processo e que tivesse já alguma experiência em operações deste tipo. É que o Casimiro Monteiro era como um bulldog- dizia-se faz e ele fazia. Era um homem muito grande, muito largo, era uma besta de força. Tinha muita experiência militar. Quanto ao Agostinho Tienza, ele era apenas o condutor. O Ernesto Lopes Ramos, hoje licenciado em Direito e vivendo no Brasil, era um homem inteligentíssimo. O Rosa Casaco era um tipo essencialmente venal, um indivíduo que gostava muito de dinheiro. Vestia bem, era um bon vivant, divertia toda a gente com umas larachas. Mais tarde, teve um processo disciplinar por tráfico de divisas. Todos eles terão sido convocados pelo director Pereira de Carvalho.Para o que sucedeu naquele dia em Villa Nueva del Fresno, avento duas hipóteses: uma é a do suborno. Custa-me muito dizer isto porque o Pereira de Carvalho foi provavelmente o melhor director que tive. A verdade é que ele também gostava muito de dinheiro e pode ter sido manobrado pelo grupo de Argel, que era a única organização interessada na eliminação física de Delgado. Até porque o Delgado tinha desiludido, vinha com o intuito de denunciar aquilo tudo, os comunistas, o bando de Argel... Esta é uma hipótese. A outra, e inclino-me mais para esta, é a seguinte: o Casimiro Monteiro era um homem impulsivo, e impulsivo era também o general. E o general Delgado era um indivíduo que andava sempre armado. Ao ver avançar para ele aquele tipo descomunal que era o Casimiro Monteiro, o general rapa da pistola, o outro rapa também e mata-o primeiro. Pode ter sido isso.De uma forma ou de outra, o que parece mais lógico é que deve ter sido o grupo de Argel a preparar a trama, tendo havido alguma fraqueza da nossa parte. Uma coisa eu posso garantir: o dr. Oliveira Salazar, por tudo o que lhe conheço, e algumas vezes fiz serviço de vigilância ao presidente do Conselho de Ministros, estaria sempre contra a eliminação física de alguém.

B.O.S: Nunca conversou com o Casimiro Monteiro acerca deste assunto na África do Sul?

O.C: Não, nunca falei. Eu fui para a África do Sul depois de ter sido libertado sob caução e para evitar, como parece que esteve para acontecer, que me prendessem novamente. Mas vinha a Portugal de vez em quando e numa dessas escapadas fui contactado por uma advogada, Maria Manuel Magro Romão, que me pediu para falar ao Casimiro Monteiro. Disse-me que estava interessada em escrever uma biografia dele, sobretudo sobre a sua participação no caso Delgado. E eu falei com o Casimiro Monteiro. Encontrei-o em Richards Bay vivendo miseravelmente e quase cego. Usava o nome falso de José Fernandez. Sobrevivia com a ajuda da polícia sul-africana, que o amparou depois de ter fugido de cá. Disse-lhe que estavam interessados em escrever uma biografia dele, que lhe pagavam, e ele não se pôs de lado. Entretanto, o projecto não avançou de imediato e o Casimiro Monteiro morreu. Há quem diga que não morreu, mas morreu mesmo.


Wednesday, February 22, 2006

Entrevista a Oscar Cardoso (Ex-PIDE)



Bruno Oliveira Santos: A PIDE tinha- entre corpo directivo, agentes, pessoal administrativo e auxiliar- cerca de 2.500 efectivos. Isto não era uma enormidade para um país como Portugal?

Óscar Cardoso: Com os agentes do Ultramar, talvez fossem quase 3.000 efectivos. E este número não é nenhuma enormidade. Não se esqueça que Portugal ia do Minho a Timor. Estando hoje Portugal reduzido às fronteiras do tempo de D. Afonso III, sabe quantos homens tem a GNR? Cerca de 30.000. E sabe quantos tem a PSP? Mais de 20.000. Some-lhes ainda os da Polícia Judiciária, que não sei quantos são.

B.O.S: Como é que se processava a entrada na PIDE?

O.C: O exército, nas suas ordens de serviço, publicava convites, dirigidos sobretudo a oficiais milicianos, que no caso de estarem interessados em ingressar no quadro da PIDE deveria submeter-se depois a concurso. Isto no caso de candidatos provenientes do exército, porque ingressaram na PIDE vários ex-agentes da Polícia Judiciária e da GNR, como é o meu caso.

B.O.S: No caso de virem do exército, era preciso a abonação de um oficial.

O.C: Pois era. Exigia-se, de facto, a abonação de um oficial, até porque o candidato necessitava de ter uma folha militar limpa.

B.O.S: É verdade que vários oficiais que se destacaram depois do 25 de Abril, como Vasco Gonçalves, abonaram a entrada de diversos agentes?

O.C: Eu nunca vi nenhuma abonação assinada pelo Vasco Gonçalves, mas conheci na prisão um agente, o Augusto Queirós, de Portalegre, que me disse que tinha sido abonado precisamente pelo Vasco Gonçalves.
O Costa Gomes, esse então, deve ter abonado muitos. Principalmente candidatos provenientes de Angola, no tempo em que ele era comandante-chefe.

B.O.S: Os informadores tinham um peso significativo na resolução dos problemas?

O.C: Há que distinguir dois tipos de informadores: aqueles que fornecem informações por entenderem que o devem fazer, sem terem sido solicitados para tal e sem exigirem qualquer pagamento, e aqueles que, como em qualquer Estado e em qualquer polícia, fornecem informações para ganhar umas coroas, ainda que sejam indivíduos bem formados. Porque também há informadores angariados na ralé, como são quase todos aqueles que colaboram hoje com a Polícia Judiciária: a gatunagem, os traficantes de droga, que se denunciam una aos outros.
Nenhum Estado sobrevive sem informação. Ora, sem informadores não há informação. Por isso, como qualquer polícia, a PIDE também tinha informadores, inclusivamente no Partido Comunista. Agora, se me pergunta qual o peso que esses informadores tinham dir-lhe-ei que eles eram catalogados de acordo com a qualidade das informações. Havia indivíduos cujas informações batiam sempre ou quase sempre certo e outros cujas informações não tinham qualquer veracidade.

B.O.S: É verdade que os ficheiros da PIDE- os chamados Dossiers Individuais de Controlo- tinham informações sobre mais de um milhão de portugueses?

O.C: Não faço a mínima ideia. Quando entrei para a PIDE fiz um estágio em todos os departamentos e passei também pelos serviços reservados, mas nunca me forneceram qualquer indicação sobre o número de ficheiros existentes.

B.O.S: Esses ficheiros podiam ser consultados livremente por qualquer agente?

O.C: De maneira nenhuma. Estavam reservados à consulta pelos inspectores que estavam nessa divisão. A prática era esta: se um inspector de outra divisão pretendia consultar um ficheiro, tinha de preencher um documento de requisição para o efeito, que era depois arquivado.

B.O.S: Todos esses ficheiros desapareceram...

O.C: Os ficheiros desapareceram porque a sua revelação punha a descoberto os crimes e os vícios de muitos impolutos lutadores antifascistas, alguns deles bufos da PIDE. Os ficheiros importantes foram, como sabe, para a União Soviética. Os que vieram para a Torre do Tombo são refugo.
Desapareceu o processo secreto do navio Angoche, em cujo afundamento estava implicado o PCP; desapareceu o processo do dr. Álvaro Cunhal; desapareceu o processo que comprometia o bando de Argel na morte do general Humberto Delgado; desapareceu o processo de Júlio Fogaça, militante do PCP, preso com o namorado, que era um soldado de Cavalaria 7; desapareceu o processo que demonstrava que a famosa fuga de Peniche fora preparada pela PIDE; desapareceu o processo do Jean Jacques Valente, que estava preso por homicídio, e que depois do 25 de Abril foi credenciado para interrogar os funcionários da PIDE, em Caxias...
Por outro lado, apareceram muitos ficheiros- fabricados e introduzidos nos arquivos depois do 25 de Abril- para dar um estatuto de mártir e de torturado a muito menino que nunca pôs os pés na António Maria Cardoso! Sabe que esses mártires têm hoje direito a benefícios fiscais e pensões do Estado? Talvez isto ajude a explicar a inflação de torturados...

B.O.S: Quer dizer que a tortura não era uma prática institucionalizada na PIDE?

O.C: É claro que não. Um dia vi na televisão uma velhota a mostrar as cicatrizes causadas por queimaduras de cigarro que lhe haviam sido feitas pelos torcinários da PIDE. Uns dias depois, a mesma velhota dizia nos jornais que recebera 40 contos do Partido Comunista para mostrar as queimaduras, que afinal foram provocadas por azeite a ferver num acidente doméstico. É que com estas mentiras que se fas a história! Olhe, eu servi na GNR e na PIDE. Onde eu vi grandes sovas foi na GNR. A PIDE era uma polícia semelhante à de muitos outros países democráticos. A França tinha o SDECE e o DST, a Inglaterra tinha o II5 e o DI6, os Estados Unidos da América tinham e têm a CIA e o FBI. Todas estas polícias faziam ou fazem ainda investigação, informação, espionagem e contra-espionagem. Afinal, éramos diferentes em quê? Fazíamos escutas telefónicas? Fazem-nas hoje todos os serviços de informação dos países democráticos. E Portugal não é excepção!
Com estas atordoadas de tortura e de escutas telefónicas que se lançam para o ar ninguém repara que hoje mesmo se está a formar uma nova polícia à escala mundial que, utilizando meios informáticos poderosos e altas tecnologias, controla facilmente a própria vida privada de cada um de nós. Mas como tudo é feito em nome da democracia, ninguém parece estar muito preocupado...
Os horrores da PIDE continuam a ser propagados para justificar a revolução e esconder as misérias destes últimos 25 anos. Não fomos nada do que dizem. Fomos, sim, uma das três melhores polícias do mundo. Prestámos relevantes serviços ao país.

B.O.S: A PIDE perseguiu os emigrantes?

O.C: Não. Perseguiu apenas os chamados engajadores, indivíduos sem escrúpulos que exploravam os que pretendiam emigrar e os sujeitavam a condições desumanas. Em relação aos emigrantes, nunca tomámos qualquer medida persecutória. Foram à nossa sede várias mulheres e mães de emigrantes pedir ajuda para visitar os seus maridos e filhos no estrangeiro. Recorriam a nós porque sabiam que, para além de assegurarmos o serviço de fronteiras, tínhamos competência para emitir passaportes.
Lembro-me de um caso que vale a pena contar. Apareceu um belo dia na PIDE uma senhora idosa com um semblante pesaroso. O marido, que estava em França, sofrera um acidente e estava internado no hospital. A senhora queria ir vê-lo, mas não tinha dinheiro suficiente para os gastos. Os nossos serviços emitiram-lhe um passaporte especial, arranjaram-lhe um farnel, acompanharam-na a Santa Apolónila e compraram-lhe o bilhete. Não foi caso único.

B.O.S: São constantemente referidos os casos de Dias Coelho e de Ricardo dos Santos para demonstrar a mão pesada da PIDE.

O.C: Em nenhum dos casos houve a intenção de matar. O Dias Coelho era militante do PCP. Dois agentes da polícia foram incumbidos de o prender. Contudo, a operação correu mal porque, avistado o Dias Coelho, um dos agentes não esperou pela colaboração do colega e decidiu actuar sozinho.
Apercebendo-se da situação, o Dias Coelho agrediu esse agente, que caiu no chão. Entretanto, chega o colega e agarra o agressor. Nesse momento, o agente caído- certamente com os sentidos afectados pela queda- saca da pistola e dispara atingindo mortalmente o Dias Coelho. Só por acaso a vítima não foi o outro agente, o Manuel Lavado, que ficou ferido no braço.
O caso de Ribeiro dos Santos não é muito importante. Recebeu na PIDE um telefonema da secretaria do Instituto Superior de Economia (actual Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras) informando que os estudantes haviam detido naquela escola um agente da nossa polícia. Quem atendeu o telefonema esclareceu o funcionário da escola que não havia tratar-se de um agente da PIDE porque não introduzíamos agentes nas escolas. De qualquer modo, foram enviados dois homens ao local para averiguar o sucedido. Os estudantes tinham efectivamente raptado um indivíduo, que estava no auditório com as mãos atadas a um saco na cabeça. Os nossos agentes tentaram libertá-lo, tendo sido violentamente agredidos pelos estudantes. Um dos agentes, que já estava ferido, sacou da pistola e deu uns tiros para o ar, com o propósito de dispersar os agressores. Uma bala atingiu, por ricochete, o Ribeiro dos Santos.
Apurou-se depois que o Ribeiro dos Santos não estudava naquele Instituto. Parece que era aluno de Direito. Creio que estava ali como provocador. O indivíduo que os estudantes raptaram era um agente da PSP.

B.O.S: É curioso verificar que, enquanto se fala muito no caso Ribeiro dos Santos, não se diz uma única palavra sobre a morte de um outro militante do MRPP, Alexandrino de Sousa, assassinado depois do 25 de Abril por elementos da extrema-esquerda quando andava a colar cartazes em Lisboa.

O.C: Pois não. Depois do 25 de Abril já não havia a PIDE para carregar a culpa. Mas deixe-me dizer-lhe que, no caso Ribeiro dos Santos, as investigações foram conduzidas pela Polícia Judiciária, que enviou o processo para o Tribunal, tendo sido provada a legítima defesa do autor dos disparos.

(In - http://historiaeciencia.weblog.com.pt/arquivo/024854.html)


Monday, February 20, 2006

Pois o Isento é...



1 - Contra os Direitos Humanos
2 - Por uma Democracia Fictícia.
3 - Pelo Retrocesso Disperso.
4 - Pela Violência.



Humanismo=Fascismo

Iguais na diferença, claro...

Thursday, February 16, 2006

Estes gajos são muito bons!



O Isento descobriu um partido cuja originalidade consiste em ser:

- Pelos direitos humanos.
- Por uma democracia real.
- Por um desenvolvimento cooperativo.
- Contra a violência.

O mais incrível é que dizem isto na cara de qualquer um, sem papas na língua!
Há gente com coragem....

Tuesday, February 14, 2006

Estamos a ganhar, amigos!



Anna Nicole Smith será a nova presidente do PSD.
O Isento está agora a sair de casa para se filiar (ou foliar)

Ora consultai:

http://www.politicopata.blogspot.com

(ide às estatísticas do blog do politicopata e votai)

Saturday, February 11, 2006

Enfim... não se leva a mal já que está em brasileiro.

Reparai na definição Jacobina que o Isento foi encontrar na Wikipédia


Adam Smith foi quem descreveu o liberalismo clássico, uma das mais importantes correntes da direita

Direita é o termo geralmente utilizado para designar indivíduos e grupos relacionados a partidos políticos ou ideais considerados conservadores ou liberais, em oposição à Esquerda.

Deve a sua designação ao facto de, nos Estados Gerais franceses reunidos em 1789 (ver Revolução Francesa), os Monarquistas, que apoiavam o Antigo Regime, tomarem o lugar à direita do rei. Essa definição tornou-se obsoleta, e o sentido de direita e esquerda foi se alterando e relativizando para tornar-se mais apropriado às ideologias comparadas, e ao ponto de vista de quem usa (p.ex. os Jacobinos eram a "Esquerda" em 1789, mas em 1792 já eram considerados de "direita").

O termo geralmente se refere ao conservadorismo, mas a partir do século XX, o termo foi utilizado para o fascismo (especialmente àqueles que reprimiram políticos e movimentos de esquerda), e, antagonicamente, ao libertarianismo, e ao liberalismo clássico, de livre mercado (principalmente em sua faceta econômica), apesar de muitos libertários e liberais recusam o enquadramento (veja espectro político).

Wednesday, February 08, 2006

Os brasileiros sim...



... Sabem credibilizar a política!!!...
... Os Italianos também...



... Só cá é que...



... Não dá.
O Isento não sabe porquê.

Monday, February 06, 2006

sensus et sensibilia...

Eis o sensato e sensível comentário de Castrol ao 'post' do Évola:

Isso era no tempo que elas ainda eram boas e rabalhudas! Agora andam uma anoreticas, as vacas!!!

... É impressionante como este luxuriante semi-deus convive com o seu lado feminino...

(conferir dois 'post's' abaixo)

Sunday, February 05, 2006

Acho que não é preciso dizer nada...

Friday, February 03, 2006

Há muito tempo que não lia algo tão avassalador.

Thursday, February 02, 2006

Comentário de Isento às estatísticas do Politicopata.

Ide primeiro ver...

http://www.politicopata.blogspot.com

Comentário de Isento:

Caro Politicopata, O Isento vem por este meio mostrar a indignação que sente relativamente aos participantes nas votações do vosso digníssimo blog (mais uma razão para desconfiar da democracia). Como é possível que Anna Nicole Smith não esteja largamente à frente de todos os outros candidatos?Permiti que o Isento vos diga que põe as mãos no fogo quanto à notória generosidade de esta mulher. Se o PSD quer de facto dar alegrias aos portugueses não tem melhor por onde escolher. Esta donzela (pq de uma donzela se trata) faria milagres jubilosos. Imaginai o Mendes dando pulinhos de contente e o Vasco Pulido Valente (seduzido por esta vaga de optimismo) começar a alinhar no Portugal Positivo...Votai bem amigos, com sobriedade; pois tudo o resto me parece vagamente suicida.

O Isento tem ou não tem razão???

Wednesday, February 01, 2006

O Isento näo é cavaquista (longe disso)... porém confessa...

Este Jornal é de uma imparcialidade alucinante!

Beira não fugiu a Cavaco SilvaOnde é que já vimos isto? País pintado praticamente a uma só cor, votação acima dos 50 por cento, milhares a gritarem por Cavaco Silva... É, é este o cenário de domingo à noite, que trouxe à memória as retumbantes vitórias que resultaram nas duas maiorias absolutas de Cavaco Silva na década de 90, então, em versão Primeiro-Ministro.ste jornal é extremamente imparcial.
(in Jornal do Fundao)

Realmente, todos os media deviam ser assim...
... E a sondagem?... simplesmente devastador. Reparai:

http://www.jornaldofundao.pt/survey/index.asp?QuestionId=242&Action=Resultados

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